Adolescente de 12 anos confessou à polícia de Jarinu que ‘objetivo era morar com amiga’ e que ‘não gostava da família’. Ela teve liberdade assistida e aguarda julgamento em casa.
A estudante de 12 anos apreendida por colocar veneno de rato no café dos pais voltou para casa após quase um mês na Fundação Casa. A jovem confessou o caso à Polícia Civil de Jarinu (SP) depois que o pai registrou um boletim de ocorrência por suspeita de suposta invasão no imóvel.
Desde a detenção da filha, o pai tentava soltá-la, pois acreditava que o atentado contra os parentes tenha sido influenciado por outra pessoa.
O mecânico, que preferiu ter a identidade preservada, recebeu o G1 em casa um dia depois do crime e disse que não entendia o que motivou a filha a planejar tirar a vida da família, inclusive da irmã de 3 anos.
A família não teve efeitos colaterais por tomar a substância e não precisou ser hospitalizada. No entanto, a única preocupação era ter a menina novamente em casa para tentar superar o episódio. Uma audiência no dia 25 deste mês decretou a liberdade assistida da adolescente até o julgamento.
“Ela está bem, carinhosa e mais família. É a minha filha de novo, minha riqueza. Amo demais minhas filhas e nunca teria medo dela”, conta o pai.
Bullying
Durante consulta com a psicóloga do Conselho Tutelar, a menina contou que sofria bullying de outros adolescentes na escola. Segundo o pai, a situação era desconhecida pela família até que a menina foi apreendida e falou sobre o assunto.
“Contou ao psicólogo do Conselho Tutelar que a criançada da escola a chamava de baleia e de gigante”, disse, na época.
Por telefone, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou que casos de bullying com a menina não foram registrados na escola e que a estudante tem um histórico de boas notas.
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Relembre o caso
Segundo o delegado Victor Oliveira Paulo, os pais foram tomar café em casa quando sentiram um gosto amargo. Diante da situação, ele avisou a esposa, que também bebeu o café. Assim que despejou o líquido na pia, ela notou a substância pastosa no fundo da garrafa.
O pai acreditava que uma pessoa teria entrado no imóvel e colocado o veneno na garrafa, por isso fez o boletim de ocorrência. No entanto, a mãe lembrou que a filha tinha adoçado a bebida e a questionou.
Pressionada, a estudante confessou que havia misturado veneno para matar os pais após dar três versões diferentes na delegacia.
“A adolescente e outra amiga ouvida disseram que as duas não têm muitos amigos na escola e ficavam mais no banheiro, longe dos outros jovens”, contou o delegado.
Ela teria colocado veneno de rato na bebida para matar os pais e morar com a amiga. A outra menina disse à investigação que deu o veneno à colega, mas que não sabia que a intenção dela seria usá-lo para tentar matar os pais.
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